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Quarta, 01 Fevereiro 2017 00:00

DIAHV sedia e promove consulta técnica a cidades brasileiras para a aceleração nacional da resposta ao HIV segundo a iniciativa conjunta IAPAC/UNAIDS

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Para presidente da Associação Internacional de Prestadores de Cuidados em Aids (IAPAC), Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador integram lista que reúne a vanguarda da resposta global à epidemia


O Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais (DIAHV) promoveu nessa quinta-feira, 26, e sexta-feira, 27, uma consulta técnica a quatro cidades brasileiras comprometidas com a "Iniciativa Fast-Track Cities" do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/Aids (UNAIDS) em parceria com a Associação Internacional de Prestadores de Cuidados em Aids (International Association of Providers of AIDS Care/IAPAC), o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-HABITAT) e a cidade de Paris. A Iniciativa reúne cidades de todo o mundo que são signatárias da Declaração de Paris do UNAIDS – lançada no Dia Mundial de Luta contra a Aids 2014, na capital francesa, e liderada por prefeitos e governos municipais de mais de 50 cidades com alta carga de HIV em todo o mundo. Até o momento, são "fast-track cities" 28 cidades da África; 15 da América do Sul e Caribe; dez da Europa; cinco da Ásia; e 12 da América do Norte.

No encontro, coordenadores das secretarias municipais de Saúde de Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador reuniram-se com a diretora do DIAHV, Adele Benzaken, técnicos do Departamento e representantes do UNAIDS, da IAPAC, da Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (ABIA) e do CDC para trocarem experiências bem-sucedidas e traçarem rumos para o cumprimento das metas da Declaração de Paris – que tem como objetivo acabar com a epidemia global de aids até 2030.

O documento, lançado em 2014, prevê o comprometimento de cidades ao redor do mundo com as metas de tratamento 90-90-90. (Essas metas estipulam que, até 2020, esses municípios tenham 90% das pessoas vivendo com HIV diagnosticadas; que, destas, 90% estejam em tratamento antirretroviral/TARV; e que, destas, 90% tenham carga viral suprimida – além de zero discriminação e estigma durante todo o processo.) A Declaração de Paris encoraja as cidades signatárias a aprimorar e reforçar suas respostas ao HIV por meio da criação de condições que ampliem a capacidade dos mecanismos e instrumentos de prevenção combinada, como testagem, distribuição de preservativos, tratamento como prevenção, entre outros.

"Essas quatro cidades hoje integram a vanguarda da resposta global à epidemia", afirmou o presidente da IAPAC, José Zuñiga, lembrando que o empoderamento de municípios e de seus cidadãos é uma ideia central da Declaração de Paris.

TRABALHO– Durante os dois dias da reunião, a IAPAC lançou recomendações sobre a ampliação da autotestagem de HIV no mundo e apresentou uma visão geral das cidades comprometidas com a aceleração da resposta ao HIV, revelando como a instituição – responsável pela coleta, monitoramento e divulgação de informações e avanços relacionados às metas 90-90-90 – realiza o seu trabalho.

Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, por sua vez, apresentaram práticas bem-sucedidas, extremamente inventivas e criativas na abordagem das especificidades de suas respectivas populações-chave.

Curitiba, por exemplo, eliminou a transmissão vertical do HIV em 2016, como resultado de um longo esforço iniciado em 1999 com o projeto Mãe Curitibana, direcionado a gestantes. Em anos mais recentes, a cidade também se organizou por meio da promoção da chamada "prevenção combinada" (que reúne diversas alternativas de prevenção ao HIV), da descentralização da testagem e da estratificação de risco das pessoas testadas – que, caso a caso, iniciam imediatamente a TARV. Entretanto, Curitiba ainda padece de problemas com a vinculação das pessoas diagnosticadas com HIV aos serviços de saúde.

Durante a reunião, a cidade foi elogiada pela diretora do DIAHV, Adele Benzaken, pelo sucesso do projeto A Hora é Agora, uma parceria do Centers for Disease Control (CDC) norte-americano e a prefeitura da cidade, em prol da autotestagem, especialmente entre homens que fazem sexo com homens.

Após fazer menção a outras boas práticas realizadas nas quatro cidades, a diretora traçou um panorama da epidemia no Brasil e apresentou algumas bem-sucedidas iniciativas levadas adiante pelo Departamento, sempre em parceria com a sociedade civil – como o Projeto Viva Melhor Sabendo (de testagem entre pares), que alcançou números recordes de pessoas nunca antes testadas entre populações vulneráveis, e o uso de aplicativos para smartphones como instrumentos de abordagem de populações-chave.

A diretora também lançou o Manual Técnico de Elaboração da Cascata de Cuidado Contínuo do HIV – produzido pelo Departamento –, que ensina estados e municípios a estabelecerem esse importante instrumento de monitoramento. "Acho que esse Manual é um marco muito importante, e espero que as 'fast-track cities' possam aproveitá-lo", disse Adele.

Ao fim do encontro, os representantes das quatro cidades elaboraram planos de ação específicos para abordarem suas respectivas limitações na aceleração à resposta à epidemia de HIV/aids. A urgência de abordar o estigma e a discriminação – reiterada pelo vice-presidente da ABIA, Veriano Terto Jr., e pela diretora do UNAIDS Brasil, Georgiana Braga-Orillard – foi um dos consensos do encontro, resultando em sua reiterada inclusão como aspecto crucial dos planos traçados ao final da reunião.

Além disso, a ampliação e o fortalecimento do trabalho direcionado às populações-chave; a educação entre pares; a melhor capacitação de profissionais de saúde contra o estigma e a discriminação; a criação de aplicativos que facilitem o acesso aos serviços de saúde; o aprimoramento da vinculação dos pacientes; a ampliação da distribuição de preservativos; a promoção da prevenção combinada; a diminuição do período entre a primeira consulta e o início da terapia antirretroviral; e o fortalecimento da linha de cuidados foram alguns dos aspectos enumerados pelas quatro "fast-track cities" em seus planos de ação para a aceleração da resposta à epidemia.

Fonte: http://www.aids.gov.br/noticia/2017/diahv-sedia-e-promove-consulta-tecnica-cidades-brasileiras-para-aceleracao-nacional-da-