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Domingo, 19 Julho 2015 21:00

Brasil apresenta em Vancouver como está caminhando rumo à meta 90-90-90

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Meta da ONU prevê que, até 2020, 90% das pessoas vivendo com HIV tenham sido diagnosticadas, que 90% dos diagnosticados sejam tratados com terapia antirretroviral e que 90% das pessoas tratadas apresentem carga viral suprimida

O Brasil apresentou em Vancouver as diversas iniciativas que está implementando para atingir os 90-90-90 até 2020 durante uma oficina sobre o tema que fez parte do programa pré-Congresso da International Aids Society 2015, que começa amanhã na cidade canadense. O diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita, lembrou que a meta foi traçada no México em abril de 2014 e assumida globalmente pelo Unaids ao final de 2014, na Conferência Internacional de Aids de Melbourne. O Brasil participou da elaboração da meta e tem contribuído para a sua implementação.

O Unaids estabeleceu a meta de eliminar os níveis epidêmicos da aids até 2030 e definiu o prazo até 2020 para que os países acelerem a resposta à doença e alcancem os 90-90-90, meta que prevê que 90% das pessoas vivendo com HIV tenham sido diagnosticadas, que 90% das pessoas diagnosticadas sejam tratadas com terapia antirretroviral e que 90% das pessoas tratadas apresentem carga viral suprimida.

Na base da apresentação de Mesquita, esteve o conceito da prevenção combinada, que inclui: controle da transmissão vertical, tratamento das infecções sexualmente transmissíveis, camisinha masculina e feminina, redução de danos, aumento da oferta de teste, tratamento como prevenção (oferta da terapia antirretroviral assim que a pessoa com HIV é diagnosticada), profilaxia pós-exposição (PEP) e profilaxia pré-exposição (PrEP).

Mesquita mencionou o papel do novo protocolo de tratamento brasileiro, lançado em dezembro de 2013, que prevê o tratamento de todos os diagnosticados com HIV, independentemente dos níveis de CD4. Ele lembrou os aplicativos desenvolvidos pelo Departamento para uso pelos profissionais de saúde, com versões eletrônicas para consulta dos aplicativos dos PCDT adulto e pediátrico, e do aplicativo voltado para pessoas vivendo com o HIV, o Viva Bem, que emite alertas para as pessoas não esquecerem de tomar a medicação.

Acesse a apresentação do Brasil na oficina sobre a meta 90-90-90.

O representante brasileiro no evento falou tampem do papel-chave da estratégia Viva Melhor Sabendo para aumentar a testagem em populações vulneráveis e do “A Hora é Agora”, projeto piloto com auto-teste em Curitiba, voltado para o público de homens que fazem sexo com homens e a expectativa criada pela consulta pública aberta pela Anvisa sobre o auto-teste, que poderá resultar na liberação desse tipo de teste nas farmácias do país.

Em sua apresentação, o diretor do DDAHV mostrou a cascata de tratamento brasileira, que apresenta o crescimento da testagem e da oferta de tratamento antirretroviral, além da correspondente supressão da carga viral, em níveis que vêm se mantendo ao longo dos anos.
“O Brasil está fazendo todos os esforços para que a inovação baseada em evidência seja o mecanismo pelo qual vamos dar a nossa contribuição para atingirmos a meta global 90-90-90”, afirmou, ao final de sua fala.

No final da oficina, importantes instituições, como a Organização Mundial da Saúde, os Centros de Controle de Doenças dos Estados Unidos, a Pepfar e o Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária também deixaram claro seu compromisso com a meta 90-90-90.
“Não haverá o fim da aids se deixarmos qualquer pessoa para trás”, afirmou o diretor-executivo do Unaids, Luiz Loures, em seu pronunciamento de encerramento da oficina.

As apresentações deste sábado (18 de julho) em Vancouver estarão disponíveis por quatro meses no site www.treatmentaspreventionworkshop.org