Portal do Governo Brasileiro

O que é o TELELAB?

O TELELAB é um programa de educação permanente, do Ministério da Saúde, que disponibiliza CURSOS GRATUITOS, cujo público alvo são os profissionais da área de Saúde.

Certificação

Nossos cursos são certificados pela Universidade Federal de Santa Catarina. Clique aqui para saber mais sobre o processo de certificação.

Área do Aluno

Domingo, 19 Julho 2015 21:00

Experiência do Brasil na redução de preços de remédios de hepatite C é apresentada em um painel no 2º Encontro Internacional de Coinfecção HIV/Hepatites Virais

Avalie este item
(0 votos)

Novo tratamento para a hepatite C, a ser distribuído ainda no segundo semestre de 2015, terá preço que foi considerado muito bom pelos participantes

A delegação brasileira presente em Vancouver para o IAS 2015, um dos maiores fóruns científicos no campo do HIV e aids de todo o mundo, participou hoje de dois eventos pré-Congresso: o 2º Encontro Internacional de Coinfecção HIV/Hepatites Virais, organizado pela IAS, e a Oficina do Unicef sobre a questão da inclusão de jovens de 15 a 19 anos em programas de Profilaxia Pré-Exposição (PrEP).

No encontro sobre coinfecção, o diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita, participou do painel "Otimizando os custos do tratamento da hepatite C". Em sua palestra: "As estratégias de preço podem fazer a diferença: a experiência brasileira", Mesquita ressaltou a experiência do país na negociação com os laboratórios para reduzir os preços dos medicamentos para a hepatite C que serão ofertados no Brasil a partir deste semestre, pautada na experiência acumulada de mais de 20 anos de negociações de preços para o HIV.

O novo tratamento com antivirais de última geração, que prevê uma combinação de dois desses três medicamentos (sofosbuvir, simeprevir e daclastavir), custará o equivalente a menos de 10 mil dólares por ano, contra 20 mil da terapia tripla atual, que inclui o interferon peguilado, tratamento menos eficiente e com menor adesão dos pacientes. Em razão disso, a expectativa é oferecer 60 mil novos tratamentos pelos próximos dois anos.

O Brasil já tem tradição no assunto. Desde 1996, com a lei do acesso universal, o Brasil passou a negociar preços, trabalhar pela transferência de tecnologia e até lançar mão da licença compulsória de medicamentos (como foi o caso do efavirenz), quando necessário. O resultado dessas políticas é que, enquanto em 1996 o tratamento de um paciente de aids custava cerca de US$ 10 mil ao ano, hoje, o tratamento de uma pessoa com HIV custa US$ 100 por ano. Fabio Mesquita lembrou que o protocolo brasileiro recentemente aprovado prevê o tratamento de todos os pacientes de hepatite C coinfectados pelo HIV, pré e pós transplantados e todos pacientes com grau de fibrose 3 e 4, ou ainda 2, com exames de mais de 3 anos. Gail Matthews, da Austrália, lembrou que o vírus da hepatite C não ataca só um órgão (fígado) e apresentou um estudo sobre como a cura virológica da hepatite C também melhora as outras doenças que acometem os infectados pelo vírus HCV. Em sua palestra, Andrew Hill, do Reino Unido, afirmou que a produção de genéricos dos medicamentos da hepatite C será inevitável, seguindo a história dos medicamentos para a aids de modo ainda mais rápido.

Veja aqui a apresentação de slides mostrada por Mesquita no painel desta sexta-feira (17), em Vancouver.

Jovens e PrEP - Pela manhã, Mesquita participou de uma Oficina do Unicef para debater se jovens de 15 a 19 anos devem ser incluídos em programas sobre Profilaxia Pré-Exposição (PrEP). O diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde frisou que, quando introduzida no país, a PrEP será uma profilaxia com acesso universal, conforme a lei; contudo, será preciso definir para qual público ela será voltada.

Além disso, a PrEP deve ser mais uma medida no pacote de  prevenção combinada, que inclui também a testagem constante, camisinha masculina e feminina, controle de IST, prevenção da transmissão vertical do HIV, estratégias de redução de danos, PEP e TasP (tratamento como prevenção), além da necessária pavimentação ambiental.

Mesquita lembrou aos participantes da oficina que a maioria dos estudos existentes sobre PrEP no mundo não trabalha com o público de 15 a 18 anos e que os dois estudos brasileiros sobre PrEP são voltados para pessoas maiores de 18 anos.

Na oficina, Mesquita e todos os demais palestrantes afirmaram que os estudos demonstram não haver dúvida sobre a eficácia da PrEP. Numa mesa com jovens militantes da luta contra a aids, a norte-americana Cassie Warren ressaltou: "Todos sabem que a PrEP funciona, mas somente se houver acesso à profilaxia". Nos EUA, o tratamento já está disponível para quem tem plano de saúde ou tenha dinheiro para comprar o remédio usado no tratamento. Nenhum outro país do mundo oferece PrEP até o presente momento.

Neste sábado (18), a programação pré-Congresso continua. A equipe do Ministério da Saúde se dividirá entre a Oficina Pré-Congresso IAS 2015 sobre a Meta 90-90-90 da ONU: "Lições dos Países" e outras três atividades em Vancouver. A oficina será transmitida ao vivo no endereço: http://flash-vs.cfenet.ubc.ca/cfestream1.html

Fonte: http://www.aids.gov.br/noticia/2015/experiencia-do-brasil-na-reducao-de-precos-de-remedios-de-hepatite-c