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Domingo, 04 Outubro 2015 21:00

Ministros da Saúde adotam o primeiro plano regional para reduzir a carga da hepatite nas Américas

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Cerca de 20 milhões de pessoas no hemisfério vivem com hepatite B ou C. O novo plano concentra-se em vacinar recém-nascidos contra a hepatite B e expandir o acesso a novos tratamentos para a hepatite C

Washington, DC - (OPAS / OMS) - Ministros da Saúde de todo o continente americano concordaram em uma série de ações para prevenir e controlar infecções da hepatite viral, com destaque para as hepatites B e C, que afetam um número estimado de 20 milhões de pessoas na região.

O novo Plano de Ação para a Prevenção e Controle das Hepatites Virais 2016-2019 foi aprovado durante o 54° Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que está sendo realizado esta semana em Washington, DC
Juntas, as hepatites B e C provocam cerca de 80%, de todas as mortes por câncer de fígado, no mundo, o equivalente a cerca de 1,4 milhões de vidas perdidas a cada ano. Sem tratamento, a doença se agrava e muitos dos 20 milhões de pessoas que se estima que terão hepatite B e C nas Américas, desenvolverão problemas crônicos de saúde, incluindo cirrose e câncer de fígado.

O novo plano regional estabelece linhas de ação para reduzir as doenças, incapacidades e mortes por hepatite e abre o caminho para eliminar as hepatites B e C como problema de saúde pública nas Américas até 2030.

"A resposta regional à hepatite viral ficou sem foco no passado, mas agora temos a oportunidade de construir uma abordagem de saúde pública vigorosa", disse Marcos Espinal, diretor de Doenças Transmissíveis da OPAS e do departamento de Análise de Saúde. "Hoje, a possibilidade de eliminar a hepatite viral, está no horizonte."

As taxas de infecção por hepatites virais variam em toda a região. A bacia amazônica é uma das áreas mais afetadas, com a prevalência da hepatite B, estimada em 8%. Em outras áreas da região, a prevalência varia entre menos de 1% a 4%.

Dados de mortalidade da OPAS indicam que cerca de 3% de todas as mortes na América Latina e no Caribe entre 2008 e 2010 foram devido ao câncer de fígado, insuficiência hepática, hepatite crônica, hepatite viral aguda ou cirrose.

Há vacinas eficazes para prevenir as Hepatites A e B, que evitam até 95% das infecções, e de novos tratamentos para a hepatite C, que têm uma taxa de cura de 90% ou mais.

(Nota: o Brasil vacina crianças de 0 a 2 anos contra a Hepatite A e estendeu a cobertura vacinal da B para pessoas de 0 a 49 anos. O novo tratamento para Hepatite C começará a ser distribuído ainda este ano).

A OPAS/OMS recomenda uma primeira dose de vacina contra hepatite B para recém-nascidos, nas primeiras 24 horas, seguido de duas ou três doses adicionais, aos 2, 4 e 6 meses de idade. Com o apoio do Fundo Rotativo para Aquisição de Vacina nos países da América Latina e do Caribe (OPAS), desde 2013, foram atingidas 90% das crianças menores de 1 ano, com as necessárias três doses da vacina, contra a hepatite B.

Atualmente, 84% dos bebês da região, recebem a primeira dose da vacina nas primeiras 24 horas de vida, como recomendado. Esta dose é a mais importante, para prevenir a transmissão mãe-filho da hepatite B. O novo plano de ação chama todos os países a garantir que todos os recém-nascidos, recebam a primeira dose, dentro de 24 horas após o nascimento.

Novos tratamentos para a hepatite C são altamente eficazes e têm menos efeitos secundários do que os tratamentos anteriores, com base no interferon. Alguns países estão começando a deixar essas drogas disponíveis para os pacientes em estágios avançados da doença, que estão em maior risco de desenvolver complicações. Mas estes tratamentos mais recentes são muito mais caros, e o acesso a eles ainda é limitado na maioria dos países da região.

(Nota: o Brasil será um dos primeiros países em desenvolvimento do mundo a distribuir estes remédios como política pública).

Para reduzir o impacto das hepatites virais e para avançar na eliminação regional da hepatite B e C, o novo plano de ação propõe que os países:
Criem planos nacionais de luta contra a hepatite.

Integrem a prevenção, vigilância, tratamento e controle das hepatites virais em sistemas e serviços de saúde, por meio de estratégias ou planos orçamentários.
Implementem campanhas de informação, incluindo a celebração do Dia Mundial da Hepatite (28 de julho), para sensibilizar o público, quanto da gravidade das hepatites, em todas as suas formas e como ela pode ser prevenida e tratada.
Mantenham e ampliem vacinação contra hepatite B, fazendo chegar a todas as crianças, alvos de alto risco e grupos populacionais vulneráveis, incluindo profissionais de saúde, os homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo e usuários de drogas.
Promovam a aplicação rigorosa dos protocolos e normas para prevenir infecções de hepatite viral, em contextos de cuidados com a saúde.
Desenvolvam e implementem diretrizes para a prevenção, diagnóstico, cuidados e tratamento da hepatite viral, em linha com as últimas recomendações da OMS.
Fortaleçam os sistemas de acompanhamento e comunicação dos casos de hepatite.
Mantenham altos padrões de segurança, para técnicas de diagnóstico e suprimentos de sangue.
Busquem opções para expandir o acesso a medicamentos, tais como a negociação coletiva e a concorrência dos genéricos.
O plano prevê que a OPAS apoie os países nesses esforços, com a cooperação técnica e uso de seu fundo rotativo regional para provisões estratégicas de saúde pública, para tornar essenciais ferramentas de diagnóstico, vacinas, insumos e tratamentos contra a hepatite mais acessíveis.
São Paulo – O Plano de Ação da Opas para a Prevenção e Controle das Hepatites Virais 2016-2019 foi revisado e validado num processo de consultas regionais iniciado no Brasil, em São Paulo, em abril deste ano. O Ministério da Saúde recebeu a consulta por meio do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais.
Na consulta regional também foram discutidas estratégias globais da área de saúde para HIV e Infecções Sexualmente Transmissíveis.
As hepatites virais - As hepatites virais são inflamações do fígado, mais vulgarmente causadas por uma infecção viral. Há cinco principais vírus da hepatite, referidos como tipos A, B, C, D e E. Estes cinco tipos são de maior preocupação, por causa da carga de doença e morte, que elas causam e o potencial para surtos e epidemias propagadas. Em particular, os tipos B e C levam à doença crônica, em centenas de milhões de pessoas e, em conjunto, são a causa mais comum de cirrose hepática e câncer.

O Conselho Diretor da OPAS traz ministros da saúde e outros secretários de alto nível, dos países membros para Washington, DC, no intuito de discutir e analisar a política de saúde e definir prioridades para a OPAS e programas de cooperação técnica e colaboração regional de saúde pública.
A OPAS, fundada em 1902, é a mais antiga organização internacional de saúde pública no mundo. Ela funciona com seus países membros, para melhorar a saúde e a qualidade de vida dos povos das Américas. Ela também serve como o Escritório Regional para as Américas da OMS
Matéria publicada no site da Opas em 30/09/2015 e traduzida pelo DDAHV. Leia o texto original aqui: http://www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=11308&Itemid=41586&lang=en

Fonte: http://www.aids.gov.br/noticia/2015/ministros-da-saude-adotam-o-primeiro-plano-regional-para-reduzir-carga-da-hepatite-nas-