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Domingo, 24 Abril 2016 21:00

Contágio sexual por vírus da zika leva a nova orientação para grávidas

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Portaria do Ministério da Saúde foi publicada em 12 de abril

Em um mês, o número de países com registros de transmissão sexual do vírus da zika mais do que dobrou, o que levou autoridades de saúde a lançar mais uma orientação às grávidas: o uso de camisinha nas relações sexuais.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), até o dia 14 de abril, sete países (EUA, França, Itália, Nova Zelândia, Chile, Argentina e Peru) tinham registros da transmissão sexual do zika. Em março, eram três.

Embora recomendado pela OMS e pelo CDC (Centros de Controle de Doenças, dos EUA), o uso de preservativos pelas grávidas e seus parceiros é controverso no Brasil. O Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, do Ministério da Saúde, endossa essa orientação e semana passada publicou nota, recomendando, inclusive, o uso do preservativo feminino.

"A hipótese de transmissão sexual ganhou força, com vários países relatando casos, e não podemos descuidar, principalmente, das gestantes. A camisinha deve ser usada durante a gravidez", diz o médico epidemiologista Fabio Mesquita, diretor do departamento de DST/Aids.

Ele afirma que durante a gestação as mulheres têm vida sexual normal até pelo menos o sétimo mês de gravidez. "Não é comum usar preservativo com seus parceiros fixos. Mas agora é importante, assim como outras medidas de proteção [repelente, calças e blusas de comprida]".

Para o ginecologista Cesar Fernandes, presidente da Febrasgo (federação das sociedades de ginecologia), a transmissão sexual do zika preocupa, mas ainda não está bem dimensionada, o que dificulta estender a orientação para todas as gestantes.

"Se o marido tiver zika, aí não tem dúvida de que precisa usar [preservativo] para evitar o risco da transmissão. Mas a recomendação indistintamente me parece um um pouco exagerada", diz.

A Febrasgo prepara uma cartilha para orientar os obstetras do país sobre como devem conduzir a questão do vírus da zika durante a gravidez, mas ainda não decidiu como vai tratar da questão do uso preservativo na gravidez. "O casal que já tem vida sexual estabelecida, não sei se vai aderir a isso [camisinha]", afirma Fernandes.

O obstetra Renato Kalil, do Hospital Albert Einstein, tem a mesma opinião. "É muita noia [a recomendação para todas as gestantes]. O foco ainda é prevenir a picada do mosquito, tem usar repelente, roupas compridas, usar roupas claras, as recomendações clássicas."

Zika e microcefalia

Quando o risco de transmissão do vírus é maior, ele recomenda o preservativo. "Todos os vizinhos de uma paciente grávida, que mora no Rio, pegaram zika. Por causa disso, ela se mudou temporariamente para Curitiba. O marido, por questões de trabalho, continuou no Rio. Então, já avisei que tem que usar [o preservativo]."

Para ele, é fundamental reforçar as informações sobre zika entre os obstetras. "Tenho muitos colegas que ainda duvidam que zika provoca microcefalia. O obstetra Thomaz Gollop, professor da USP, também diz que há resistência dos colegas no trato da questão. "Entre os infectologistas e imunologistas, a informação circula mais e eles já estão mais conscientes dos riscos."

Gollop afirma que recomenda que pacientes gestantes usem preservativo como forma de proteção contra o zika, mas a relutância tem sido grande. "Não aceitam, mesmo nas classes A e B. Se o marido propor o uso de preservativo, então, a coisa pega. As mulheres logo desconfiam de traição."

CASOS - Ao todo, os sete países reúnem ao menos 20 casos suspeitos de transmissão sexual do vírus da zika. Todos têm histórico parecido: o parceiro viajou para uma região epidêmica e, quando retornou ao país de origem, acabou infectando a parceira ou o parceiro (há um caso envolvendo um casal gay).

Outra característica em comum é o fato de o zika ter sido encontrado no sêmen dos viajantes. E nenhum outro vetor (mosquitoaedes) foi localizado na região onde viviam os casais.

Há também indicações iniciais da presença do vírus da zika em outros fluidos do corpo, como a saliva e a urina, mas não existe comprovação científica de transmissão por esses meios. Já em relação ao sangue, o país investiga pelo menos dois casos.

Aedes aegypti e doenças

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2016/04/1762480-zika.shtml

Fonte: http://www.aids.gov.br/noticia/2016/contagio-sexual-por-virus-da-zika-leva-nova-orientacao-para-gravidas