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Sexta, 06 Outubro 2017 14:30

Encontro histórico

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HepAids2017 promove painel com trabalhadoras do sexo, mulheres cisgênero, trans e travestis

“Esta é a primeira vez que conseguimos promover esse belo encontro em um Congresso de HIV/Aids – e sinto enorme orgulho disso”, disse nesta sexta-feira (29/09) – último dia do HepAids2017 – a consultora do Departamento de Prevenção, Vigilância e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais (DIAHV), Elisiane Pasini, ao abrir a mesa redonda “Prevenção Combinada e prostituição: conversa entre mulheres trans e mulheres cis”. A mesa integrou a programação que encerra o 11º Congresso de HIV/Aids e 4º Congresso de Hepatites Virais em Curitiba (PR) – e reuniu Monique Prada (“Regulamentação da prostituição no Brasil”); Leila Barreto (“Movimento social de profissionais do sexo no enfrentamento do HIV, das IST e das hepatites virais”); Keila Simpson (“Direitos das travestis e das mulheres trans que exercem a prostituição); e Tathiane Araújo (“Prevenção Combinada na prostituição de travestis e mulheres trans”).

“Todos nós, trabalhadores do sexo do mundo – homens ou mulheres trans ou cis –, precisamos nos unir para vencer o estigma que tanto nos afeta”, disse Leila Barreto, da Rede Brasileira de Prostitutas, lembrando que, apesar de as prostitutas terem estado sempre próximas às mulheres trans, houve por volta de 2008 (quando as trans passaram a lutar por sua causa específica e afirmar que “nem toda travesti é profissional do sexo”) um certo afastamento entre os dois movimentos. Segundo Leila, a hora é de união em prol da afirmação das identidades e dos direitos das duas populações, unidas pela urgência de enfrentar a discriminação. “Esse movimento está organizado – e estamos juntas com as companheiras trans”, disse, afirmando que “nenhuma política pública pode ser construída sem nós”.

Para a presidente da Rede Trans, Tathiane Araújo, “a perversidade” que trabalhadoras do sexo e mulheres trans sofrem é também o que as une. “Essa perversidade está na conjuntura social machista – e não podemos servir ao machismo, mas sim negociar com ele”, disse, com veemência. Tathiane lembrou que esse mesmo machismo leva muitos a – depois de se servirem delas à noite – durante o dia renegarem os direitos das trabalhadoras do sexo e mulheres trans, e até a espancá-las. “Mas a diferença entre as prostitutas e as trans é que elas têm de se colocar como tal – e nós já somos abordadas como prostitutas mesmo quando esse não é o nosso trabalho”, disse. Tathiane agradeceu a oportunidade oferecida pelo DIAHV, sempre aberta a ouvir essas populações. “Quando a nossa auto-estima estava deteriorada, a aids proporcionou direitos humanos a prostitutas e trans por meio da saúde”, disse.

Monique Prada – uma das fundadoras da Central Únicas de Trabalhadoras e Trabalhadores Sexuais (CUTS) – afirmou que é preciso discutir projetos de lei que se referem à regulamentação da prostituição e o “controle político dos corpos” que muitas vezes impede ações de prevenção e saúde.

Por fim, Keila Simpson emocionou os presentes ao descrever como é ser levada a vivenciar o próprio corpo – “nosso maior bem” – como ilegal, imoral e renegado, bem como o trabalho feito por ele.  “Mas qual é o trabalho que não explora – me diga?”, provocou Keila.

Fonte: http://www.aids.gov.br/pt-br/noticias/encontro-historico