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Segunda, 03 Setembro 2018 13:46

DIAHV irá realizar pesquisa nacional e revisar publicação com diretrizes clínicas para o HTLV

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Propostas foram discutidas durante videoconferência realizada com sociedade civil, pesquisadores e gestores

Como parte da programação do 24º Simpósio Internacional sobre HTLV no Brasil, que aconteceu em Belém do Pará,  foi realizada nesta terça-feira (27) uma videoconferência entre o Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais (DIAHV) e representantes da Associação dos Portadores do Vírus HTLV – Grupo Vitamóre, das coordenações de IST, HIV/Aids e Hepatites Virais, portadores do vírus, profissionais de saúde e pesquisadores nos estados de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro. Na pauta as barreias e os caminhos para melhorar o diagnóstico e implantar linha de cuidado para tratamento das pessoas com HTLV.

Entre as propostas discutidas durante a videoconferência, a criação de um comitê técnico para revisar o Guia de Manejo Clínico da Infecção pelo HTLV, lançado em 2013, e transformá-lo em Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT). O comitê será composto porexperts, representantes de sociedades médicas, profissionais de saúde, gestores e organizações da sociedade civil que representam os portadores de HTLV.  Depois de revisado o documento será disponibilização para consulta pública da sociedade.

Além disso, o DIAHV informou que será realizada, em parceria com o Hospital Moinho de Ventos, uma pesquisa nacional para levantar a prevalência do HTLV entre as parturientes. Atualmente os estudos de prevalência disponíveis sobre o agravo são de abrangência regional.  

“O SUS tem uma dívida histórica com os pacientes de HTLV e a nossa proposta é construir em conjunto as soluções para avançarmos. O primeiro passo é conhecer a prevalência do HTLV e, a partir disso, poderemos dimensionar essa demanda de saúde pública, o que inclui as necessidades de aquisição de exames diagnóstico confirmatório, por exemplo ”, reforçou a diretora do DIAHV, Adele Benzaken, durante a videoconferência.

A presidente do Grupo Vitamóre, Sandra do Valle, destacou a necessidade de melhorar o diagnóstico, por meio de exames confirmatórios, busca ativa e investigação de casos entre parcerias sexuais e familiares, já que o HTLV também é transmitido durante o parto e a amamentação. “Ainda há muitos os erros de diagnóstico do HTLV, muitos profissionais de saúde não conhecem o agravo ou o confundem com o HIV, temos poucos centros e profissionais de referência para HTLV”, lembrou.

INICIATIVAS ESTADUAIS- Embora ainda não haja uma rede estruturada em todo país para diagnóstico e tratamento para o HTLV, muitos estados já desenvolvem iniciativas regionais de estruturação da rede de atenção para o agravo. A exemplo do Mato Grosso do Sul, que estabeleceu a notificação obrigatória do HTLV no estado e, a partir de teste positivos identificados nos exames de triagem no hemocentro, encaminha as pessoas com sorologia positiva para HTLV para realizar exame confirmatório no Laboratório Central do Estado (Lacen).

Fonte: http://www.aids.gov.br/pt-br/noticias/diahv-ira-realizar-pesquisa-nacional-e-revisar-publicacao-com-diretrizes-clinicas-para-o

“Com a confirmação do diagnóstico, fazemos busca ativa dos familiares. Além disso também implantamos uma linha de cuidado para a gestante para prevenir a transmissão vertical e oferecemos fórmulas lácteas às mulheres com HTLV que estão amamentando”, explicou a gerente técnica de HIV Programa Municipal de IST/Aids e Hepatite Virais de Campo Grande, Sheila Zalek.

Além de Mato Grosso do Sul, outras unidades da federação como Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e São Paulo também já tem implementado iniciativas locais para ampliação do acesso a prevenção, diagnóstico e tratamento do HTLV.

SOBRE O HTLV– Causado por um vírus que atinge as células de defesa do organismo, assim com o HIV, o HTLV é uma infecção sexualmente transmissível (IST) e pode ocasionar algumas doenças associadas como leucemia, linfoma e doenças neurológicas. O tratamento é direcionado de acordo com a doença relacionada. Como medida de prevenção é recomendado o uso de preservativo masculino ou feminino em todas as relações sexuais, e o não compartilhamento de seringas, agulhas ou outro objeto cortante. Da mesma forma, a amamentação está contraindicada, recomendando-se o uso de inibidores de lactação e de fórmulas lácteas infantis.